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Número de moradores de rua em Curitiba cresce a cada dia

  • Yasmin Silva
  • 18 de jun. de 2018
  • 2 min de leitura

Foto: Yasmin Silva

A capital paranaense, agitada a luz do dia, ganha outro ritmo ao anoitecer. Na rotina da região central de Curitiba os trabalhadores seguem o caminho de casa e ninguém parece notar aquelas pessoas que não tem para onde ir. Com roupas maltrapilhas, remexendo os lixos ou simplesmente esperando o tempo passar. Para esses que ficam, a noite não significa descanso, é a hora de buscar o que comer e arranjar um canto para dormir.


O número de moradores de rua curitibanos tem aumentado. A região central de Curitiba é onde se concentra a maior parte da população de rua vivendo debaixo de marquises, terminais e tubos de ônibus. A grande maioria dessas pessoas são trabalhadores e outros desempregados.


São vários os motivos que levam alguém para a ruas, os mais comuns são as drogas, problemas de relacionamento, doenças mentais, mas tem outro fato que atualmente pesa: o desemprego. Mais de 70% entram nessas condições após ficarem sem nenhum dinheiro.


Assim passou a ser a vida de Felipe Carlos Rocha nos últimos dois anos. Usuário de drogas, perdeu o emprego, casa, carro e a confiança da família. Ele conta como as pessoas olham com cara de nojo, e que antes usava terno e gravata, ganhando cerca de R$ 8 mil por mês.


Eles andam de um lado para o outro, procurando quem sabe um espaço na sociedade, tentam se proteger do frio como podem, com cobertores, jornais e papelão. Algumas pessoas têm medo e se sentem inseguras com a presença dessas pessoas.


Em um prédio na Avenida Comendador Araújo, por exemplo, um grupo de moradores em situação de rua se acampou sob a marquise. Uma das moradoras do prédio, Maria Bassani, diz que a situação não é cômoda para ela e os demais moradores. “O que mais nos incomoda é a sujeira, eles fazem todas as necessidades na porta do prédio e nos portões das garagens”, conta.


Ela conta que reconhece os direitos dos moradores de rua. “Todos têm direito de viver e estar onde quiserem. Mas, eu e minha família também temos direito de ir e vir, sair em segurança, e ao longo dos anos eu e todos os demais moradores do prédio notamos o aumento das pessoas de rua”, avaliou.


A Fundação de Ação Social (FAS) é responsável pelo atendimento a essas pessoas, abordagem nas ruas, cuidados de higiene e alimentação e o encaminhamento a albergues. Mas para muitos que vivem na cidade, o problema a anos parece não ter solução.


Uma pesquisa realizada no ano de 2017 pela FAS sinalizou que existem cerca de 5 mil pessoas morando nas ruas da capital paranaense. E de acordo com o coordenador do órgão Anderson Walter, a maior dificuldade é convencer os moradores a deixarem as ruas e tentar ter uma vida mais digna, já que muitos se encontram em situações fragilizadas e de vínculos com a dependência química e com a rua.


Todo o trabalho realizado pela FAS é um trabalho em conjunto, com voluntários, principalmente de entidades religiosas, na busca de melhores soluções de encaminhamentos a essas pessoas.

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