A vida de quem trabalha com festas por trás das festas
- Marieli Prestes
- 18 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Trabalhar durante a noite é um desafio e tanto. A noite é o momento que as pessoas têm para dormir, descansar e assim enfrentar mais situações no dia seguinte, mas já foi o tempo em que o imediatismo não se fazia tão presente, que não se era necessário ter estabelecimentos com disponibilidade para funcionar 24h por dia. Hoje, a maioria das pessoas que trabalham durante o dia acumulam funções domésticas para o período noturno, como ir ao supermercado, por exemplo.
A noite, nos finais de semana, é um instrumento de diversão e descontração para aqueles que tanto correm de um lado para o outro durante semanas inteiras de muito trabalho, mas você já chegou a imaginar como deve ser a vida e a rotina de quem trabalha a noite para fornecer diversão e descontração a quem trabalha durante o dia?
As baladas são o destino de milhares de curitibanos que procuram curtir e comemorar os momentos da vida. As programações começam logo no meio da semana. As quartas, quintas, sextas, sábados e domingos já possuem destinos certeiros na agenda de inúmeras pessoas. Mas quem organiza as baladas? Quem cuida das listas de entrada dos eventos? Como é a rotina de quem trabalha na promoção de eventos?
Vitória Berveglieri Martins, 22 anos, é estudante de Jornalismo e ex promoter de eventos. Ela começou seu trabalho como comissária na Woods Curitiba em 2016 (que recentemente encerrou suas atividades na capital paranaense) e atuou por cerca de 10 meses na casa até que então decidiu se afastar do trabalho. Antes de trabalhar na casa sertaneja, ela já frequentava o local e mais alguns outros estabelecimentos até o dia em que se deparou com uma oportunidade de entrar para o time de promotores de eventos. Logo no primeiro mês Vitória recebeu um prêmio por destacar-se em seu novo trabalho, o prêmio de melhor promoter do mês.

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam ser, trabalhar para trazer público e promover eventos não é simples. O trabalho de Vitória acontecia durante o dia, quando preparava listas com nomes de pessoas que iriam curtir as festas, fechava pacotes especiais para aniversariantes entre outros. Ela dividia sua rotina em ir para a faculdade, fazer os seus trabalhos acadêmicos e trabalhar. As listas que ela preparava ficavam na entrada dos eventos e até determinado horário possuíam um desconto no valor da entrada.
A parte mais difícil que Vitória enfrentou foi ouvir de muitas pessoas ao seu redor que seu trabalho era relativamente fácil.
Seu trabalho não possuía um salário fixo, ele dependia de um sistema de metas que envolvia entre outros fatores quantas pessoas sua lista tinha.
Dentro da empresa em que trabalhou, existiam vários promoters divididos em equipes. Cada equipe possuía em torno de 5 pessoas, sendo que um deles era o “líder\coordenador”. Cada grupo tinha um dia específico na semana para ficar responsável em fechar listas e aniversariantes para os eventos. Os dias em que a equipe que Vitória estava ficava responsável pelas quartas e sextas-feiras. “Eram muitas pessoas fazendo as mesmas coisas para os mesmos dias e eu fui cansando, às vezes tinham 3 times diferentes fazendo a mesma coisa para o mesmo evento”, relata.
Sua família sempre a apoiou no que fazia, até o momento em que sua saúde começou a apresentar sinais de que não ia bem devido ao cansaço que foi se adquirindo ao longo dos meses. Mas ao contrário do que também possa parecer, não era uma tarefa nada complicada separar o lazer do trabalho, pois o trabalho era feito durante o dia (segunda a sexta) e durante a noite ela se divertia tranquilamente pois não estava na casa como funcionária e sim como parte do público que aproveitava as festas.
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