Simpatia e confiança são os segredos para negócios de sucesso
- Thais Vieira
- 17 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Vivemos em um mundo em que cada vez mais vemos comércios crescendo, apesar da crise. Antigamente quando precisávamos comprar algo tínhamos que ir até o famoso centro da cidade para achar o que queríamos. Mas hoje não precisamos sair do nosso bairro para termos todos os produtos na palma de nossa mão. Mercados, farmácias e lojas, todas estão pertinho de nós e quando não estão temos os famosos aplicativos como Ifood e James que trazem tudo até a comodidade do nosso lar.

Agora surge a pergunta, como sobrevivem as pequenas mercearias que ainda existem em nossos bairros? Posso apostar que onde você mora tem pelo menos uma.

Em um bairro simples, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, existem três delas. Dona Neuza, Dona Lurdes e Seu Miguel Bis são os proprietários e vão dividir um pouquinho da história deles com a gente.
Mercearia Amorim
Dona Neuza mora no bairro há mais de 30 anos e é muito conhecida pelos moradores. Resolveu montar sua mercearia quando se aposentou. “Eu trabalhava como agente penitenciário e quando me aposentei resolvi montar um negócio para não ficar parada”, conta.
Aos poucos ela foi conquistando a clientela. Ninguém entra na mercearia sem receber um “bom dia, meu anjo”, “no que posso ajudar, meu coração?” “vai com Deus, minha frô”. A simpatia da comerciante faz com que os clientes sempre voltem ao local.
Neuza também sempre é lembrada em datas comemorativas já que seu comércio é ponto de encontro das crianças do bairro, que vão até lá para ganhar um docinho, um brinquedo da famosa dona Neuza.
A mercearia está no bairro há 10 anos e sempre conseguiu se manter com as contas pagas, apenas com o dinheiro que ganha ali. “Mesmo com os comércio maiores eu sempre consegui tirar meu sustento daqui. Nunca faltaram clientes”, afirma.
W.S Mercearia
Dona Lurdes é moradora antiga do bairro. Sua família foi uma das primeiras a chegar na famosa Vila Rosa e estão lá até hoje.
O pai de Lurdes — Seu Antônio — foi quem resolveu montar uma mercearia para complementar a renda da família. Começaram vendendo apenas algumas coisinhas, mas com os clientes aumentando passaram a vender de tudo um pouco. “Nós não temos mercadorias em grandes quantidades, mas temos de tudo um pouco”, conta Lurdes.
Lurdes também conta que trabalhava como vendedora em uma loja da cidade, mas resolveu sair do emprego para ajudar o pai com a mercearia. “Acabei gostando e estou aqui até hoje. Já vai fazer 15 anos”, relembra.
Minimercado Bis
O comércio é um dos mais antigos da cidade e vende de tudo um pouco, desde carnes, mantimentos, até produtos de limpeza. A grande diferença é que, enquanto você faz compras, ainda pode tomar uma cervejinha ou quem sabe jogar uma sinuca.
O estabelecimento é passado de pai para filho há vários anos. “Tudo começou com meu avô, depois passou para o meu pai e agora está comigo e, quem sabe, um dia passe para meus filhos”, conta Miguel.
Miguel também afirma que apesar do negócio não ser grande, eles conseguem tirar o sustento de toda a família do minimercado.
Mas o que esses três estabelecimentos têm em comum? Além da simpatia, todos eles têm uma relação de amizade com os clientes. Não tem dinheiro? Paga depois, anota na caderneta. O que importa é a confiança, que é tão rara nos dias de hoje.
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