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Tatuagem: do tradicional ao contemporâneo

  • Marcela Detoni
  • 11 de abr. de 2018
  • 4 min de leitura

Não sabemos ao certo quando começou a arte de marcar a pele com tinta, mas os registros históricos mostram que a tatuagem é mais antiga do que pensamos. Os nativos do Taiti chamavam esse costume de pintarem definitivamente a pele de “tatau”, por conta do barulho produzido pelos instrumentos utilizados na confecção de suas tatuagens, dizem que por causa disso que o nome tatuagem surgiu.

Há mais de 3500 anos, a tatuagem já existia como forma de expressão da personalidade ou de indivíduos do mesmo grupo. Mas esse ato passou por diversas mudanças, de algo considerado único de rebeldes e marginais para um símbolo de ousadia e personalidade. No Brasil, a tatuagem ganhou projeção no ano de 1959, com a chegada da técnica elétrica. Ao que tudo indica, só em Curitiba, 23 estúdios atuam no mercado.

O estúdio Galeria Teix, é um dos pioneiros da região quando o assunto é tatuagem autoral. O espaço contém uma galeria de arte, onde mensalmente expõem trabalhos de fotógrafos e tatuadores convidados. Tudo começou com o proprietário Marco Teixeira, tatuador e proprietário, e faz tatuagens há 17 anos atrás.






Com sete tatuadores fixos, e recebendo mensalmente de dois à três profissionais da área de outros estados e de fora do país, o estúdio faz parte dos primeiros estúdios que trabalham com tatuagem moderna.







Tatuagem passou a ser reconhecida como arte Na década de 70 as tatuagens estiveram voltadas às exposições. Galerias, estúdios e museus começaram a expor trabalhos de tatuadores, reconhecendo que faz parte da Arte Moderna e expandindo o ambiente único da pele para telas, paredes, roupas, carros e salas dos museus.






Atualmente a tatuagem possui uma função principalmente estética e vive momentos de glória. Passou por uma notável ascensão social e o mercado primeiro-mundista se sofisticou tanto que determinados tatuadores se livraram da obrigação de atender a todo tipo de pedidos, tendo total liberdade para desenvolver seu próprio estilo, garantindo um público fiel à sua arte.

Os estúdios, para expandir negócio e ter mais clientes fiéis ao trabalho, começaram a fazer o Flashday (evento com tatuagem a custo menor), exposições e workshops são promovidos em estúdios.






Muitas pessoas que começam a se tatuar, acabam percebendo que o gosto se torna uma vontade de antes como cliente, a um profissional. Matheus Sari tem 25 anos, foi aprendiz do estúdio há três anos, e atua no mercado no período de um ano e meio.




Formado em Engenharia e logo após se mudar para cá, deixou o trabalho para se dedicar ao que mais gosta, tatuar. Mas, para Sari, o processo para chegar ao ramo profissional é lento e trabalhoso.



Ser um profissional da área é uma grande responsabilidade, só o fato de você transferir um desenho para a pele de um cliente, ambos cientes que é um pigmento, e que está agredindo a pele, e saber o que está fazendo para que o trabalho saia de acordo com o que a pessoa estava esperando, é uma responsabilidade que envolve cuidados e profissionalismo, esse processo e dedicação de desenho único é um grande diferencial para a área.






Tecnologia à favor

O segmento de tatuagem é diferente de outros que abordamos aqui em nossa lista de negócios. Geralmente, quando um tatuador decide abrir seu próprio estúdio, a verba é curta.

O estúdio geralmente se mantém por indicação dos clientes (o que é muito valioso) e também por parcerias que podem ser feitas entre tatuadores.


A partir do momento em que as redes sociais começaram a surgir, tanto pelo público alvo desse ramo, quanto os profissionais na área, começaram a expor as tatuagens que eram produzidas. Os compartilhamentos e likes fortalecem páginas de tatuadores, e indicações pelas páginas ou até mesmo pelo Google que faz um filtro de pesquisa, fez com que muitos estúdios crescessem e tivessem reconhecimento no mercado.



Afinal, por quê se tatuar?

Cada indivíduo tem uma resposta pronta quando a questão é do porque se tatuar. Uma lembrança, um gosto específico ou um símbolo, a ideia é que a tatuagem acabe por acompanhar a pessoa ao longo dos anos.

Motivações íntimas, delicadas e suaves também incorporaram o mundo das tatuagens. Homens e mulheres de mais idade hoje também tatuam seus corpos. Ela deixou de ser um item exclusivo de uma cultura jovem para tornar-se uma via de expressão da subjetividade.

Mas para isso a pessoa segue vários passos, a procura de um estúdio, de um traço e estilo específico, a escolha do desenho e fazer orçamento para ver se é possível fazer a tatuagem.

Após a sessão todo cuidado é pouco, a higiene deve sempre estar em dia, cuidados com o plástico que protege a pele que foi machucada, com sol e principalmente, não coçar na fase de cicatrização se não o dinheiro e dor terão sido em vão.

Tatuagem e religião

Cada religião tem uma forma de abordar a tatuagem. Por mais que registros mostram que era um hábito comum na sociedade se tatuar, e que muitos religiosos tatuavam a imagem de cruz representando o contato próximo à religião, isso mudou quando foi encarado como algo rebelde e de agressão ao corpo e alma.

Na própria bíblia já estava escrito num versículo em Levíticos 19:28 - “Não façam cortes no corpo por causa dos mortos nem tatuagens em vocês mesmos. Eu sou o Senhor”. Mas atualmente a religião católica não encara com total repúdio essa arte e a ideia de ser um pecado foi desmanchado.

Já para a religião evangélica, basicamente cada pastor diverge de opinião, e orienta seus seguidores para o que mais acham coerentes, depende muito da interpretação do Novo Testamento, uns concordam desde que não seja exagerado, outros proíbem por completo qualquer tatuagem ou piercing.

O budismo encara com naturalidade a tatuagem, para eles não é um ato de pecado. Muitos se tatuam para representar sua devoção e adoração. Flor de Lótus, e tatuagem dos Reis da Sabedoria são comuns entre os que seguem essa religião.

No Islamismo há uma exceção, para eles é proibido a tatuagem permanente, porém a de henna é permitida especificamente nas mulheres.

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