Menores de idade tem fácil acesso à baladas e bares de Curitiba
- Fernanda Guimarães
- 7 de abr. de 2017
- 2 min de leitura
As principais causas do fácil acesso são os descuidos na segurança e as brechas na fiscalização

Supostamente jovens com menos de 18 anos são proibidos de entrar em bares, boates e casas noturnas. Mas na prática não é bem assim. Os menores têm frequentado cada vez mais esses locais sem nenhum tipo de restrição.
Os seguranças até checam os documentos, mas os menores têm artifícios para driblar a fiscalização, como a carteira de identidade com o ano de nascimento adulterado. Os métodos podem ser diferentes. Há aqueles que falsificam em casa e aqueles que usam identidade de um amigo ou parente que já seja maior de idade. No entanto esse ato é criminoso e de acordo com o Código Penal, fazer ou usar identidade falsa tem pena de dois a seis anos de reclusão e multa, mas como todos são menores de idade, as penas são alternativas, tais como serviços à comunidade.
Gilson Souza chefe de segurança de um bar diz que o número de menores que tentam entrar no estabelecimento é grande. “ Por mês é alto porque assim durante a semana de segunda a quinta são 8 menores. Mais 10 entre sexta e sábado resultando em 18 pessoas por semana. No final do mês o balanço estimado é de 72 jovens. ”.
Um desses menores é Vinicius Gaevicz, 17 anos, que falsifica os documentos não só dele como o de seus amigos. Ele ressalta as facilidades que encontra na hora de entrar nas casas noturnas. “Todas as vezes que eu tive a oportunidade de ir, foi muito fácil entrar. Sempre mostrava o documento, e em poucos segundos já estava dentro”. Mas diz que é a favor da proibição “ Eu acho totalmente certo a proibição de menores em casas noturnas e bares. Por que se um adulto e um menor começam a se relacionar, isso é crime. Então para que isso não aconteça na minha opinião tem que ser proibido sim. ”.
A maquiadora Natália Barreto, 19 anos, confessa que quando era de menor já cometeu essa infração. A moça confessou que falsificou o seu documento de identidade em um local especializado. Ela ainda reafirma que a fiscalização nas casas noturnas é precária “Quando tinha bastante gente na fila os seguranças nem olhavam o documento, simplesmente nos deixavam entrar”.
Vale ressaltar que permitir a entrada de menores é crime grave que tem como punição multa de três a vinte salários mínimos. Caso haja o descumprimento da lei passe a ser recorrente as autoridades judiciárias podem determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias ou permanentemente.
Uma jovem de 16 anos, que preferiu não ser identificada contou que pagou 60 reais para adulterar o documento de identificação “não era com a minha foto, mas eu entrei mesmo assim. E foi fácil para entrar”. A facilidade acontece com maior frequência no município de São José dos Pinhais porque existe uma regra específica a qual determina que o local deve exigir a apresentação do documento. Caso seja ou não falsificado não os interessa. E se a fiscalização constatar o crime, o responsabilizado é o menor e não a casa.
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